domingo, abril 22, 2012

Vítimas da vida.

De repente o passarinho se cansa de ficar preso naquela gaiola, de ser maltratado. Dessa vez ele tem a oportunidade de mudar sua história, como outrora jamais tivera. A gaiola está entreaberta e tudo que ele precisa fazer é dá o primeiro passo rumo a liberdade. Tão óbvio! É claro que ele irá embora, é claro que deixará tudo e será livre. Opa! Que passarinho estranho, ele continua ali e já faz bastante tempo. Acho que vou me aproximar e perguntar qual é o problema dele. Melhor não, ele não me parece psicologicamente bem, é melhor esperar mais um pouco. Não consigo acreditar que ele ficou ali, a gaiola agora está fechada, e foi da escolha dele ficar ali, aprisionado naquelas limitações tão frustrantes. Entre ficar ali recebendo migalhas ou voar rumo ao seu fracasso, ele resolveu ficar ali. Se penso melhor, o compreendo, afinal é quase suicídio para um passarinho criado em cativeiro a reabilitação no meio, seria muito difícil sobreviver sozinho em meio as feras que estão a solta por ai. Infelizmente a sua escolha de ficar implicará também em mudanças. Pobre dono, que depois de ouvir por tanto tempo o lindo cantar daquela ave, agora terá que contentar-se apenas com a presença. Pobre passarinho vítima dos acasos da vida. Aquele passarinho foi feito pra voar, mas é refém do acaso, assim como eu, fui feita pra liberdade, mas sou vítima de algo ainda mais crucial, o amor.

3 comentários:

Manuela disse...

Encantei-me pelo seu blog, é realmente o espelho dos seus sentimentos!

Você escreve muito bem, Ray. Doce menina, doce escrita.

Ray Silva disse...

Own , obrigada Manú linda <3

Sabrina disse...

Que texto lindo ! Amei